STF e Congresso receberão dados de operação da PF, decide juíza

A juíza federal substituta Adriana Freisleben de Zanetti, da 5ª Vara Federal Criminal em São Paulo, determinou anteontem que parte do material coletado pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro seja remetido ao Supremo Tribunal Federal, ao procurador-geral da República e ao Congresso.

A decisão ocorreu "devido ao envolvimento de autoridades com prerrogativa de foro no caso".

O relatório da PF que apura tráfico de influência e corrupção ativa, no caso da suposta venda de pareceres de órgãos do governo, foi encaminhado na sexta-feira ao Ministério Público Federal, que pode apresentar denúncia ou solicitar novas diligências.

Segundo a Folha apurou, parte dos documentos refere-se ao deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Ele poderá ser alvo de investigação, caso o Supremo autorize.

A PF encontrou uma pasta como o nome de Mabel em um dos computadores apreendidos na Porto Seguro, com os irmãos Vieira.

Como a Folha revelou na semana passada, também há documentos da operação referentes ao ministro do TCU José Múcio Monteiro e ao deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP).

OUTRO LADO

A assessoria de imprensa do deputado Sandro Mabel disse que o PR apoiou o nome de Paulo Vieira para diretor da Agência Nacional de Águas. Como líder do partido naquele momento, Mabel disse ter feito o mesmo.

O ministro José Múcio Monteiro tem dito que solicitou ao Ministério Público e à área do tribunal que fizesse análise de caso envolvendo o porto de Santos por estar recebendo muitas pressões.

A assessoria de comunicação de Valdemar Costa Neto afirmou que o deputado do PR "não comenta declarações ou iniciativas do Ministério Público".