Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
16 de Abril de 2024
    Adicione tópicos

    Lula usava codinome "amigo" em planilhas da Odebrecht, garante a PF

    Publicado por Direito do Estado
    há 7 anos

    Relatório da Polícia Federal assegura que ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a mesma pessoa do codinome "amigo" em planilhas que a empreiteira Odebrecht usava para escamotear personagens que recebiam propinas. Para o "amigo", foram direcionados R$ 8 milhões. Ontem, os policiais indiciaram o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil Antônio Palocci Filho o presidente afastado da construtora, Marcelo Odebrecht os marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura e os ex-assessores Branislav Kontic e Juscelino Dourado.

    De acordo com a PF, planilhas e mensagens apreendidas nos endereços, nos servidores de e-mail e nos telefones celulares ligados à empreiteira permitem concluir que o ex-presidente é chamado, por Marcelo Odebrecht, de "amigo de meu pai" e "amigo de EO", referência a Emílio Odebrecht, pai do empresário. Palocci, Branislav e Dourado foram indiciados por corrupção passiva. Marcelo Odebrecht, por corrupção ativa. João e Mônica Santana, por lavagem de dinheiro.

    A polícia calculou que os pagamentos ao codinome se acumularam entre o fim de 2012 e o ano de 2013. Esses repasses "foram coordenados por Marcelo Bahia Odebrecht junto a Antonio Palocci Filho", afirma o delegado Filipe Hile Pace no relatório. Os arquivos com as planilhas são intitulados de "Posição Italiano", com uma versão de 31 julho de 2012 e outra atualização datada de 22 de outubro de 2013. Para os investigadores, o "Italiano" era Palocci, cuja função era distribuir propinas para petistas, inclusive Lula, e ficar com uma parte delas.

    Os subornos, assegura a PF, faziam parte de um caixa formado por valores devidos por taxas de corrupção a serem pagas devido a contratos com a Petrobras e outras estatais. Ao fim e ao cabo, a Lava-Jato afirma que há um sistema de financiamento partidário ilegal e comissionamento ilícito de altos funcionários públicos a partir de grandes fornecedores do Estado.



    De acordo com Pace, os R$ 8 milhões para Lula "foram debitados do lsquosaldo’ da lsquoconta-corrente da propina’ que correspondia ao agente identificado pelo codinome de amigo". Para ele, existe "respaldo probatório e coerência investigativa em se considerar que o lsquoamigo’ das planilhas (hellip) faça referência a Luiz Inácio Lula da Silva". Ele lembrou que a apuração se restringe a Palocci e a seus supostos negócios com a empreiteira. O caso de Lula é tratado pelo delegado Márcio Anselmo em outro inquérito, que já foi informado das revelações. Ambos fazem parte do grupo de trabalho da Lava-Jato na PF em Curitiba.

    "Lawfare"

    Os advogados do ex-presidente Cristiano Zanin e Roberto Teixeira desqualificaram as conclusões da polícia. "A Lava-Jato não apresentou qualquer prova que possa dar sustentação às acusações formuladas contra Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo após ter promovido devassa em relação ao ex-presidente, seus familiares, colaboradores, ao Instituto Lula e à empresa de palestras Lils", disseram, em nota. "São, por isso, sem exceção, acusações frívolas, típicas do lawfare, ou seja, da manipulação das leis e dos procedimentos jurídicos para fins de perseguição política." Segundo a dupla, o relatório de Filipe Pace não pode sequer "ser tratado como oficial", porque representaria apenas "indevida e inconsequente opinião" de um delegado "sem elemento algum para autorizar a conclusão de que Lula recebeu qualquer vantagem indevida". "Todas as contas de Lula já foram analisadas pela Polícia Federal e nenhum valor ilegal foi identificado."

    Parte dos pagamentos de propina foi destinado à tentativa de compra de um terreno novo para o Instituto Lula, suspeita a PF. Para isso, listam repasses de R$ 219 mil para a DAG Construtora, ligada à Odebrecht, e para o advogado Roberto Teixeira. Mas, segundo o defensor, esses pagamentos se referem a honorários de serviços que ele prestou. "Assessorei juridicamente um cliente - que não é o Instituto Lula - na aquisição de um imóvel na Vila Clementino, em São Paulo (SP)", afirmou em nota. "Posteriormente, solucionadas as intrincadas pendências jurídicas, assessorei o mesmo cliente na revenda do referido imóvel para a DAG."

    O advogado de Palocci, Guilherme Batochio, desqualificou o relatório da polícia. "Nada se acrescentou", afirmou ele ao Correio. "Tudo continua como dantes: uma miríade de suposições e presunções sem qualquer lastro na realidade." A defesa de Palocci sustenta que ele não é o "Italiano" das planilhas e que o ex-ministro não pode ser responsabilizado por documentos internos da Odebrecht. A empreiteira não tem prestado esclarecimentos. A reportagem não localizou ontem as defesas do casal Santana, de Branislav e Dourado.

    Fonte Correio Braziliense

    • Publicações8088
    • Seguidores23
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações27
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/lula-usava-codinome-amigo-em-planilhas-da-odebrecht-garante-a-pf/398414679

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)