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24 de Abril de 2024
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    Alvo de operação contra fraudes, Malafaia diz que vai se apresentar

    Publicado por Direito do Estado
    há 7 anos

    Alvo de um mandado de condução coercitiva - quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente pela polícia - na Operação Timóteo, o pastor Silas Malafaia afirmou, em seu Twitter, nesta sexta-feira, 16, que está em São Paulo e vai se apresentar. O pastor disse estar indignado.

    "Nesta manhã fui acordado por um telefonema de que a Polícia Federal esteve na minha casa. Estou em São Paulo e vou me apresentar", escreveu em sua conta pessoal.

    Mafalaia está em São Paulo, onde inaugurou uma igreja no último fim de semana, segundo informou a área de comunicação da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que preside. O pastor não esclareceu se vai se apresentar em São Paulo ou no Rio.

    A investigação apura um esquema de corrupção em cobranças judiciais de royalties da exploração mineral (65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais - CFEM - tem como destino os municípios).

    Malafaia é suspeito de apoiar na lavagem do dinheiro do esquema, que recebeu valores do principal escritório de advocacia investigado. A suspeita a ser esclarecida pelos policiais é que este líder religioso pode ter "emprestado" contas correntes de uma instituição religiosa sob sua influência com a intenção de ocultar a origem ilícita dos valores.

    O pastor afirmou no Twitter que recebeu lsquouma oferta de R$ 100 mil, de um membro da Igreja do meu amigo pastor Michael Abud’.

    "Não sei e não conheço o que ele faz. Tanto é que o cheque foi depositado em conta. Por causa disso sou ladrão? Sou corrupto? Recebo ofertas de inúmeras pessoas", anotou Malafaia.

    O pastor prosseguiu. "E declaro no Imposto de Renda tudo o que recebo. Quer dizer que se alguém for bandido e me der uma oferta, sem eu saber a origem, sou bandido?", questiona Malafaia.

    "É a tentativa para me desmoralizar na opinião pública. Não poderia ter sido convidado para depor? Vergonhoso. Recebi um cheque de um advogado, como recebo, inúmeros ofertas e as declaro no IR. Sou responsável pela bandidagem de outros? Estou indignado."

    Os policiais fazem buscas e apreensões em 52 diferentes endereços relacionados com uma organização criminosa.

    O diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral, Marco Antonio Valadares Moreira, e a mulher dele foram presos pela PF.

    Segundo nota da PF, além das buscas, os 300 policiais federais envolvidos na ação também cumprem, por determinação da Justiça Federal, 29 conduções coercitivas, 4 mandados de prisão preventiva, 12 mandados de prisão temporária, sequestro de 3 imóveis e bloqueio judicial de valores depositados que podem alcançar R$ 70 milhões.

    O juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da Justiça Federal de Brasília, determinou ainda que os municípios se abstenham de realizar quaisquer atos de contratação ou pagamento aos 3 escritórios de advocacia e consultoria sob investigação.

    As provas recolhidas pelas equipes policiais devem detalhar como funcionava um esquema em que um Diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral detentor de informações privilegiadas a respeito de dívidas de royalties oferecia os serviços de dois escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria a municípios com créditos de CFEM junto a empresas de exploração mineral.

    Em 2015, os valores recolhidos a título de CFEM chegaram a quase R$ 1,6 Bilhão.

    De acordo com a Polícia Federal, o esquema se dividia em ao menos 4 grandes núcleos: o núcleo captador, formado por um Diretor do DNPM e sua mulher, realizava a captação de prefeitos interessados em ingressar no esquema o núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria em nome da esposa do Diretor do DNPM, que repassava valores indevidos a agentes públicos o núcleo político, formado por agentes políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema e o núcleo colaborador, que se responsabilizava por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro.

    A Operação Timóteo começou ainda em 2015, quando a então Controladoria-Geral da União enviou à PF uma sindicância que apontava incompatibilidade na evolução patrimonial de um dos diretores do DNPM. Apenas esta autoridade pública pode ter recebido valores que ultrapassam os R$ 7 milhões.

    As ações da PF acontecem nas seguintes unidades da federação: BA, DF, GO, MT, MG, PA, PR, RJ, RS, SC, SE e TO.

    O nome da operação é referência a uma passagem do livro Timóteo, integrante da Bíblia Cristã: 9 Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição.

    MANDADOS POR ESTADO

    DISTRITO FEDERAL - 7 buscas, 2 prisões preventivas e 4 conduções coercitivas
    BAHIA - 2 buscas: uma em Campo Formoso e outra em Jaguarari
    GOIÁS - 1 busca, 1 prisão temporária e 2 conduções coercitivas
    MINAS GERAIS - 5 buscas
    MATO GROSSO - 1 busca
    PARÁ - 21 buscas, 8 prisões temporárias e 11 conduções coercitivas
    PARANÁ - 1 busca e 2 conduções coercitivas
    SANTA CATARINA - 10 buscas, 4 prisões preventivas e 8 conduções coercitivas
    RIO DE JANEIRO - 1 condução coercitiva
    SERGIPE - 2 buscas e 1 condução coercitiva
    TOCANTINS - 1 busca
    RIO GRANDE DO SUL - 1 intimação de comparecimento










    Fonte Estadão

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/alvo-de-operacao-contra-fraudes-malafaia-diz-que-vai-se-apresentar/415738299

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